Numa loja um casal com dois filhos deambulavam pelos corredores. O mais novo, por volta dos 2 anos encontrou um carrinho e um bebé. Pegou nele e passeava todo satisfeito e feliz. O mais velho, uns 7 anos, avisou a mãe. Ela olhou e gritou: "Larga esse carrinho! És alguma menina?"
Cá em casa 60% dos brinquedos são herança dos primos e primas, 30% ofertas e 10% escolha minha.
É claro que até eles expressarem vontade, os brinquedos são mais os desejos dos pais do que dos filhos. Confesso que comprei à Alice o que mais gostava: puzzles, legos, livros e plasticina. Influenciei os seus gostos pelos meus.
Com o António foi mais fácil pois já existiam os brinquedos da irmã que foram e vão passando para ele. Acho que nunca lhe comprei nenhum brinquedo.
Em casa há tudo e ele tanto pega numa boneca como num carro. A sua preferência vai para uns copos de empinhar do ikea que eram da irmã.
Agora a Alice já expressa a sua vontade, tem preferência e já pede. Atravessa uma fase de bonecas e casa de bonecas a par da plasticina.
Isto para dizer que o preconceito começa no berço. Infelizmente há quem se assuste do filho brincar com bonecas ou panelas, não tanto como de uma menina a brincar com carros.
Eu tento não passar essa mensagem de bonecas para meninas e carros para meninos. Quero que façam as suas escolhas, que brinquem sem preconceitos de género e que saibam criar um mundo de fantasia e alegria.
O outro dia pediu para vestir o vestido de princesa da irmã. Ele está na fase que quer o que a irmã tem. E eu permito-lhe estas vontades tão inocentes e livres.