Alice,
Estás quase, quase a entrar no primeiro ano…
Já tens a mochila da Ladybug, de quem tanto dizes amar, encontraste um estojo da LOL e deliraste, num amor semelhante ao da Ladybug, o resto virá aos poucos.
Estamos felizes com a professora que terás. Não a conheço, mas só ouvia dos outros pais que queriam a professora Natividade e nós ficamos a achar que ela devia ser muito boa. Todos nós queremos o que é bom, não é? Contas a todos que tens a professora Natividade e que é a melhor professora da escola. Sabes, tenho medo de termos elevado muito as nossas expetativas. Às vezes é melhor irmos no desconhecido, sem esperarmos demasiado e termos a descoberta à medida que as coisas acontecem. Vamos acreditar que farás tu o teu melhor e tudo correrá como deve correr.
Eu gostava de te fazer uma promessa, filha. Gostava de a fazer e de a cumprir. Sabes que, às vezes, os pais deixam-se levar, ficam com a vista turva e, nem em todos os minutos, sabem o que é melhor para os filhos. Às vezes deixamo-nos levar pelos sonhos que temos para vós, pelos nossos ideais ou ideias que são só nossas. Às vezes queremos colocar em vós o peso de tudo aquilo que não fomos capazes de fazer e desejamos que sejam vocês a conseguir. Sonhos que podem não encaixar no vosso perfil, que podem não vos fazer feliz.
Alice, gostava de te prometer que não te vou pressionar a seres a melhor, que nunca te vou dizer que ser a melhor da sala é o mais importante, que nunca vais ver nos meus olhos a desilusão com uma má nota tua, sabendo que te esforçaste.
Alice, quero dizer-te que os meus sonhos para ti (que os tenho) passa pela tua estabilidade emocional, pelo teu carácter, pela tua postura, pelo teu coração e alma.
Não sonho com a tua profissão, com o teu sucesso laboral.
Sonho que passes de menina a mulher generosa.
Sonho com a felicidade que encontrarás dentro de ti.
Sonho com a empatia que sentes pelo outro e que espero que nunca se perda.
Sonho que te rias todos os dias mesmo que nesses dias também chores.
Claro que espero que aprendas a ler, a contar, a multiplicar e tudo o resto que vos atiram todos os dias sem olhar para vós. Nunca te vou pedir que tenhas tudo certo, nunca te vou dizer que a meta são os 100% ou 5 ou lá a tabela que usem. Vou-te dizer que a meta é o teu esforço, o desejares superar ao que fizeste da última vez e aprender um pouco mais.
Vou-te pedir que questiones, que duvides, que perguntes, que procures, que te alegres com a tua aprendizagem. Vou-te pedir que ajudes o teu colega, que não te rias dos erros dos outros nem invejes o sucesso deles. Vou-te pedir que procures o teu rumo, que tenhas a tua bússola dentro de ti e que lutes por ti, que nunca desistas de ti por mim, pelo teu irmão ou por ninguém que possas conhecer nesta vida.
Eu sei que isto é muito para alguém ainda tão pequeno. Prometo que te vou dizendo aos bocadinhos, à medida que os dias chegarem e passarem. Prometo que te vou abraçar todos os dias que chegares da escola. Prometo que vou respeitar o teu ritmo, que vou respeitar teres só 6 anos, que continuarás a brincar e deixar-te, devagarinho, criares a tua autonomia de estudo e trabalho.
Minha doce Alice, encontra e vive a tua verdade. As dificuldades, os desafios, as surpresas e as conquistas existirão para te conheceres cada vez melhor e saberes construir a tua felicidade.
Da tua mãe que promete nunca te falar em quadros de honra (talvez nem existam nas escolas que andes) nem que as melhores notas são o mais importante daquilo que estás a fazer na escola. Da tua mãe que promete estar sempre por perto para ti.
sexta-feira, 24 de agosto de 2018
quinta-feira, 23 de agosto de 2018
Abrir precedentes
Temo ter aberto um precedente muito perigoso cá em casa.
António andava fixado numa sweatshirt. Todos os dias queria vestir. Como era de manga comprida tentava explica-lo que teria calor, etc, etc. Nada o demovia. Um dia vestiu e tentei arregaçar as mangas. Outro dia disse que estava para lavar. Na festa branca fomos dar uma volta e lá foi a sweat verde com bonecos.
Hoje de manhã, numa distração minha encontrou-a na gaveta. A mesma história do calor e nada. Tive uma epifania. Fui à cozinha, peguei na tesoura e cortei as mangas.
Lá foi ele tão feliz para a escola...
António andava fixado numa sweatshirt. Todos os dias queria vestir. Como era de manga comprida tentava explica-lo que teria calor, etc, etc. Nada o demovia. Um dia vestiu e tentei arregaçar as mangas. Outro dia disse que estava para lavar. Na festa branca fomos dar uma volta e lá foi a sweat verde com bonecos.
Hoje de manhã, numa distração minha encontrou-a na gaveta. A mesma história do calor e nada. Tive uma epifania. Fui à cozinha, peguei na tesoura e cortei as mangas.
Lá foi ele tão feliz para a escola...
quarta-feira, 22 de agosto de 2018
segunda-feira, 20 de agosto de 2018
quinta-feira, 16 de agosto de 2018
Antes de dar um irmão à minha filha, eu dei outro filho a mim mesma
Há pais que sentem o sonho de dar um irmão ao filho que já têm, ou porque são filhos únicos ou porque tiveram irmãos, conhecem o poder curativo de um irmão na vida e desejam isso para o seu filho.
Antes de sentir qualquer um desses apelos, antes de ouvir as vezes que a Alice pedia um irmão (acho que quase não existiram de tão pequena que era quando engravidei a segunda vez), já existia em mim a vontade de duplicar o amor que sentia por outro ser.
Lembro-me de sair da maternidade com a barriga cheia de agrafos e a pensar (talvez ainda sob o efeito da morfina):"Não vou ficar por aqui! Esta não será a minha última vez!"
Os dias que se seguiram nem sempre foram fáceis mas a experiência pela qual estava a passar tinha-me levado para um mundo paralelo. Eu, logo eu que nunca tinha sonhado fortemente em ter filhos, eu estava a descobrir o segredo mais bem guardado: Ter filhos é maravilhoso! Afinal isso não era um mito urbano. Afinal isso não era a mentira mais bem contada para que a humanidade não tivesse um fim.
Estava a descobrir e a aprender a ser mãe. Uma descoberta e aprendizagem cheia de culpas, de gritos, de dúvidas mas também uma descoberta tão cheia de colo e mimo e amor. Felizmente nunca fui na conversa do "Não dês colo! Eles têm manhas! Vais ficar presa!" Pois então quero pena perpétua de colo, abraços e muito amor!
Sim, eles ficam pesados! Sim, há mais vida para além deles! Sim, a casa não se arranja sozinha e as visitas só pegam nele ao colo, aquilo que mais gostamos!
E tantas vezes ouvi: "Só dás mama?! Dá um biberão! O teu leite é fraco! Ele tem fome!" E tantas vezes sorri porque não sou de me enervar, porque sei que não falam com mau sentido, porque falam do que sabem e os outros não sabem mais do que tu, podem saber outras coisas, não mais do que o teu coração de mãe sabe para os teus filhos.
E, enquanto vivia tudo, sempre pensava que não podia ficar por ali. Não queria ficar presa apenas a ela, tinha que me prender da mesma forma a outros mais, pelo menos mais um, só mais um! E mesmo sabendo o quanto ela ganharia com um irmão, eu pensava em mim, o quanto eu ganharia com mais um filho.
Sim, ficamos com menos tempo! Sim, encarnamos quase todos os dias o papel de árbitro (corrupto, não é possível ser sempre justo! Os gritos e choros toldam-nos o discernimento)! Sim, os gritos dobram! Sim, as noites repletas de chamadas triplicam! Sim, as birras são nossas amigas, de tanto tempo que passam connosco! Sim, já disse que ia desaparecer (vá, foi um dia complicado)!Sim, já tive vontade de desaparecer (vá, durou 5 segundos, mas foram tão bons!)! Sim, volta e meia vem-nos à mente quando tínhamos só um e, na nossa ingenuidade, pensávamos que dava muito trabalho! Burra!
Eu, Cláudia, 44 anos, sou mãe de uma menina de 6 anos e um menino de 3 anos. Todos os dias tenho birras, todos os dias dou um sermão ou dois, todos os dias vejo amuos, todos os dias limpo rabos (quase sempre enquanto tomo a refeição), todos os dias levanto-me umas 10 vezes enquanto como, todos os dias escondo o telemóvel, todos os dias ouço queixas, todos os dias ouço "mãeeeeee" 5000 vezes, todos os dias desejo a hora em que os dois dormem sossegados nas suas camas e eu consigo ver 10 minutos de uma série antes de adormecer no sofá.
Aos que decidiram não ter filhos, força! Estão bem, muito bem. E se pensam que têm preocupações, puff, esqueçam e aproveitem bem essas preocupações!
Aos que decidiram ter apenas um filho, força! Estão bem! Não sabem o que é ser árbitro e é bom não saber!
Aos que decidiram ter mais do que um, ter dois ou três! Aos que deslizaram no quarto ou quinto!Força! Somos muitos! Não és só tu que gritas! Não és só tu que choras! Não és só tu que queres fugir (sozinho) para as Bahamas (mesmo que não conseguisses colocar o pé no avião).
A vida, nós e os outros, ensinam-nos a fazer o nosso melhor. Com ou sem filhos, que cada um encontre o seu lugar no mundo e faça a diferença na sua própria vida.
Eu escolhi ter filhos. Escolhi ter dois. Eles escolheram-me e fizeram de mim uma melhor pessoa.
Viver numa ilha...
... limita-nos em termos de mobilidade. Estamos dependentes de um avião. Não podemos correr mundo a pé, ou de carro, ou de bicicleta. Estamos sempre dependentes de um avião.
Mas quando temos tanto mar ao esticar de um braço, porquê partir?
Mas quando temos tanto mar ao esticar de um braço, porquê partir?
terça-feira, 14 de agosto de 2018
Miopia
Depois dos óculos de ver ao perto, vêm os óculos de ver ao longe, sempre que colocar as lentes de contato a descansar.
A escolha foi para a wells, sem procurar.
Vi e gostei logo
segunda-feira, 13 de agosto de 2018
Perguntas que não queres ouvir ou ter de responder
sexta-feira, 10 de agosto de 2018
quinta-feira, 9 de agosto de 2018
Entrada no primeiro ano
Manuais escolares encomendados.
Mochila,lancheira e estojo escolhidos e comprados.
Não é ao meu gosto. Foi dando a liberdade de escolha a quem usará todos os dias durante o primeiro ano a estudar mais a sério.
Mochila,lancheira e estojo escolhidos e comprados.
Não é ao meu gosto. Foi dando a liberdade de escolha a quem usará todos os dias durante o primeiro ano a estudar mais a sério.
"Mãe... mas eu amo a Ladybug..." com olhar de cachorro quando lhe tentava convencer a não escolher nada com bonecadas da moda.
terça-feira, 7 de agosto de 2018
segunda-feira, 6 de agosto de 2018
Projeto em curso
As férias ainda não começaram mas achei uma excelente ideia colocar o principal projeto em curso: arrumação.
Comecei pelo quarto do António e, apesar de não ter concluído consegui arrumar a comóda dele, os brinquedos e uma das gavetas da cama. Faltaram as gavetas dos lençóis e o roupeiro que tem muita tralha.
Não dediquei muito tempo nem ficou perfeito mas está perto do ótimo.
Comecei pelo quarto do António e, apesar de não ter concluído consegui arrumar a comóda dele, os brinquedos e uma das gavetas da cama. Faltaram as gavetas dos lençóis e o roupeiro que tem muita tralha.
Não dediquei muito tempo nem ficou perfeito mas está perto do ótimo.
As t-shirts, sweashirts e pólos. A maioria de manga curta, uma parte de manga comprida, guardada em caixa por não caberem nas gavetas. Depois troco as mangas curtas pelas compridas.
Calças de fato de treino que usa o ano inteiro na escola (menos no verão). Calças de domingo, como quem diz de bombazine ou tipo chino. Alguns casacos de fecho. Os restantes guardados. Nós saldos já abasteci de calças de treino para nova temporada escolar. Umas 7 ou 8 para repor as que deixaram de servir e as que devem deixar a curto prazo.
Gaveta da roupa interior e dos calções, o que usa todos os dias no verão.
As camisas e alguns casacos são todos pendurados no roupeiro.
Para uma primeira abordagem, nada mal.
Muita roupa foi separada. Ele cresce ao minuto...
quinta-feira, 2 de agosto de 2018
Visão ao perto
Dizem que por volta dos 40, a visão ao perto começa a ficar alterada e, de repente, os braços já são curtos para esticar aquilo que queremos ver ou ler.
Tive que aumentar a minha graduação ao perto.
Aproveitei uma promoção da Multioticas de armações e lentes por 39 euros.
Fica mais barato que mudar as lentes dos meus óculos.
A minha escolha não é consensual e nem agradou em casa mas adorei o ar de anos 80.
Tive que aumentar a minha graduação ao perto.
Aproveitei uma promoção da Multioticas de armações e lentes por 39 euros.
Fica mais barato que mudar as lentes dos meus óculos.
A minha escolha não é consensual e nem agradou em casa mas adorei o ar de anos 80.
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