ALICE

Lilypie Kids Birthday tickers

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

A creche? Ainda não...

Agora que começa um novo ano letivo muita gente me pergunta: "Então? A Alice já está na creche?"
Respondo a verdade, que não, que continua com o pai em casa. Se antes de ela ter um ano não ouvia tanto o contraponto, desta vez já ouço: "Ah, já está na altura de ela ir para uma creche! É importante para eles estarem com outras crianças! Ela vai desenvolver mais numa creche! Chega a uma altura e eles precisam de uma creche!"
Conversas do género que vão cair no mesmo: o lugar dos bebés, depois da licença, no máximo, depois de 1 ano feito é na creche.
Eu já não me lembro bem que ideia tinha antes de ser mãe mas sei bem que a partir do momento em que fiquei grávida pensei logo que faríamos um esforço para que ficasse muito tempo em casa. Depois dela nascer quase exclamava: Ah... creches, não, por favor!
Nada contra as creches, nadinha. Já trabalhei em muitos verões numa e adorei. No entanto, se colocar num prato da balança, o meio familiar e no outro a creche, bem... não há dúvida sobre que prato pesa mais.
As creches são a melhor opção de todas quando os pais não têm outra alternativa. Quando um dos pais tem um trabalho que permita, quando um dos pais está desempregado, não compreendo a opção das creches antes dos 3 anos (mais coisa menos coisa). A decisão só compete aos pais, a nossa decisão como pais é manter a Alice durante mais este ano letivo em casa, ao pé do seu pai e mãe, galinhas assumidos e super orgulhosos deste nosso "defeito". No próximo ano letivo, já ela com mais de 2 anos e meio (nasceu em Janeiro, mês chato para gerir anos lectivos), veremos se marcará a sua entrada no meio escolar.
E o que mais apelam as vozes pró-creche são o desenvolvimento cognitivo e social das crianças. Pois neste campo, a Alice é uma bebé de 20 meses já com um vocabulário muito extenso. Ela não diz palavras, já constroi frases, ainda que muito rudimentares, tipo: A Alice qué pão. Identifica 50% dos animais da selva, canta (solta sons mais ou menos melodiosos) e dança melhor do que a mãe (qualquer bebé com mais de 6 meses consegue-o), sabe o nome dos pais, dos avós, o nome de todos os primos em primeiro grau (já são 5) ainda acresce dos seus amigos mais próximos (Nina e o Más - mais conhecido por Tomás). Sabe bem o nome dos pais desses amigos: a Vé, o Fe, o Cá e a tia. Utiliza o masculino e feminino em muitas coisas: o menino, a menina, o senhô e a senhôia. Desenha e pinta a manta todo o santo dia. Passeia na companhia do pai quase todas as manhãs e na companhia da mãe para o parque várias vezes por semana. Tem a sua amiga Nina mais de 3 vezes por semana (outra privilegiada). Na rua cumprimenta 80% das pessoas com quem cruza na rua, verdadeiros desconhecidos a quem exclama um Olá!. É super desenrascada mesmo em espaços que desconhece ou com pessoas que nunca viu na vida. Raramente recusa um colo ou um beijo desses desconhecidos. Repete todas as palavras que aprende, à sua maneira, claro, para nunca mais as esquecer. Recorda sempre o nome das pessoas que conheceu mesmo que só as veja semanas depois.
Posto isto e o privilégio da companhia dos pais em todos os dias da sua vida, digo: Creches? Não obrigada, um dia destes mas não hoje.

Agora da boca de quem é mãe, psicóloga, casada com um pedopsicólogo com uma filha de pouco mais de 1 ano e que também disseram: Creches? Ainda não.

Aspectos que condicionaram a nossa escolha:
In, MãeGyver (carregar no texto para conhecer toda a história)
 
 
Mais uma vez, nada contra as creches. Óptimo que existam. Apenas a expôr a minha/nossa opção e nossa porque aqui o papel do pai foi muito mais importante do que o meu. Bastaria um simples e válido não do pai, um "não consigo conciliar a minha vida profissional com o cuidar da Alice a tempo inteiro" e ela estaria numa creche desde os 4 ou 6 meses de idade. Teria sido a nossa única solução e estaríamos em paz com ela. Felizmente, em vez de um não eu tive um outro tipo de resposta: "Eu faço questão de cuidar da Alice a tempo inteiro. Vou-me desenrascar. Ela irá comigo às compras, aos fornecedores e a tudo aquilo em que ela não puder ir, marcarei para depois das 3h da tarde. Aproveito as sestas para tratar das coisas no computador."

Às vezes esqueço-me que foi ele, foi ele que permitiu esse privilégio que é termos a nossa filha na nossa casa, sem broquiolites, amigtalites e uma série de outras coisas acabadas em ites, sem febres, sem dentadas nos braços, sem saídas de casa em dias de chuva e frio, sem longas horas sem ver o pai ou a mãe.

13 comentários:

Elix disse...

Eu concordo inteiramente. Até aos 3 anos, havendo possibilidade, nada melhor que estar em meio familia, pais melhor ainda, ou avós, ou alguém que os ame e estime como ninguém. A minha teve até agora com a avó, foi agora com 2 anos e meio para a creche porque a vida da minha mãe mudou um bocadinho e o que seria feito para o ano, já com 3 anos e meio adiantou-se um ano... é assim a vida, o tem que ser tem muita força! Mas se pudesse continuava nos cuidados da avó.

Maria disse...

Os meus tiveram de ir cedo e felizmente deram-se bem com isso, mas concordo plenamente com o que dizes!
Bjs
Maria

CS disse...

Elix e Maria, obrigada pela partilha. Nem sempre conseguimos o desejado mas às vezes o não desejado corre muito bem :)

Cindy disse...

Também tenho o privilégio de poder ter a pequenota comigo. E é mesmo um privilégio nos dias que correm. Hoje tivemos consulta e nada melhor que ouvir que ela está super desenvolvida e muito esperta :)

xoxo
cindy

Anauel disse...

Sou mais uma do "gang" creche quanto mais tarde melhor. A minha filha tem uma madrinha fantástica (minha sobrinha e como que irmã), que estando no desemprego, se disponibilizou para ficar com ela desde que a minha licença acabou. A minha pequenota vai fazer 2 anos no próximo domingo e é uma criança muito feliz assim. O pediatra sempre disse que quanto mais tarde for para o infantário melhor, quanto ao desenvolvimento tem mais a ver com a própria criança. Também é uma desenrascada, convive com muita gente, gosta é de andar livre no jardim, descalça na relva. Ao nível da linguagem aos 15 meses estava (segundo o pediatra) com um desenvolvimento na média dos 2 anos, tanto que agora fala muito, muito bem...
Mais concordo totalmente com esta opinião de Eduardo Sá quanto ao insulto de, nos dias que correm, chamarem aos jardins de infância "escolinhas"... vale a pena ler


http://www.slideshare.net/mariarmacedo/s-para-pais-eduardo-s

Helena C. disse...

Eu sou da mesma opinião! Moramos longe de toda a família por isso a nossa decisão inicial foi coloca-la na creche. No entanto quando chegou a altura dela ir o meu coração ficou pequenino e grande mudança de planos!!! Passei a trabalhar apenas em part-time a partir de casa e ela ficou comigo e hoje acho que tomei a decisão certa! Apesar de haver dias em que fico com a cabeça em água para conseguir conciliar bebe de 17 meses cheia de energia e trabalho,de ter sempre a casa como se tivesse passado um furacão e de não ter tempo nenhum só para mim, estou mto satisfeita com a solução encontrada. Para o ano, com 2 anos e pouco é provável que vá para a creche, mas para já se puder manter a minha situação de trabalho como está, fica comigo e acho que não perde nada!!!

Helena

Liliana Pereira disse...

Por cá enquanto conseguir ele vai ficar na avó. Aos 3 anos e dependendo da evolução\vontade\disponibilidade... logo pondero a ida ou não para a creche.

Não há lugar melhor do que a família!

Kaipiroska disse...

Minha rica CS, não poderia estar mais de acordo contigo neste assunto. Nós dois ainda vamos tendo um bom horário que nos permite estar algum tempo com o Diogo durante o dia e noite. Quando estamos a trabalhar ao mesmo tempo, lá vai o Di para o seu baysitter exclusivo, o seu querido avô. Assim será pelo menos até aos 2 anos e se calhar até aos 3... Veremos...

CS disse...

Quanto mais tempo passo com a Alice mais acho que esta decisão terá um impacto fundamental (positivamente) no seu crescimento como indivíduo. Ainda bem que existem mais priviliegiada(o)s.
Bj a todas

clara disse...

Concordo plenamente contigo, quanto mais tarde melhor. O Francisco tem 27 meses e fica ora com o pai, ora com a avó, ora com a tia. Não é por isso que é menos desenvolvido que os outros, muito pelo contrário!

CS disse...

Que maravilha, Clara.

Eliana disse...

Concordo plenamente com tudo e espero quando for eu também ter uma avó para tomas conta da criança ate pelo menos os 3 anos!!
A ver vamos :)
beijinho

Kiduxa disse...

Ou sem dentadas na bochecha como a minha hoje! Que nó no coração!