Desde que o António nasceu que dormia no meu quarto. Os primeiros 6 meses a mamar noite e dia, sem grandes intervalos. Depois da mama o biberão, já fazendo intervalos que podem ir às 3h ou 4h. Assim, muito mais cómodo que estivesse logo ali ao esticar de um braço. Ouvir-lhe o respirar. Olhar e saber se está virado para a esquerda ou para a direita. Acalma-me, deixa-me mais segura.
Com a chegada de visitas ao nosso T2, fomos para o quarto da Alice durante quase 2 semanas. Ontem tive a oportunidade de testar a partilha do quarto sem mim. Organizei novamente tudo e deixei o berço no quarto dela.
Sinceramente, ainda ficava mais uns tempos com ele no meu quarto, ainda sinto aquela necessidade de senti-lo no esticar do braço e, sejamos práticas, muito mais cómodo tê-lo ao pé nas 4, 5 ou 6 vezes que me levanto por noite. Então porquê mudar? Porque acho que é mais fácil para os dois a adaptação ser agora e não daqui a uns meses. Porque acho que ele ainda não tem a real perceção a que quarto pertence. Porque acho importante fazê-lo antes da chegada da chamada ansiedade da separação, altura em que o bebé apercebe-se que a mãe ou o cuidador não é uma extensão dele próprio, que são independentes. O medo do abandono instala-se. Bem... teorias e livros... Vou ver, vou ver como corre.
Nesta primeira noite o momento mais crítico foi quando a Alice foi deitar-se por volta das 21h, já o António dormia desde as 20h. Apesar dos avisos, ela chega ao quarto e tem sempre mil e uma coisa para perguntar e para explicar. E quanto mais me enervo mais ela diz: mas, mãe... e blá, blá...
António acorda, António chora, António vira de um lado e de outro. Eu já estou pelas pontas dos cabelos. Tento sossegar um, tento falar baixo com outra. Por fim, dou um biberão de leite a ele já sendo quase 22h.
Ele sossega e adormece. Ela sossega e adormece.
Durante a noite foram umas 4 vezes (acho). Em 2 vezes o biberão, pela 1h da manhã e pelas 4h30. Noutras 2 vezes a chucha. A Alice nunca acordou com os gemidos do irmão, nem com as minhas entradas e saídas do quarto que implicam sempre um ranger das ripas de madeira que me leva a apetecer arrancar aquelas tábuas à dentada. Já decorei quais as ripas que rangem mas nem sempre o meu pé acerta na ripa silenciadora...
De manhã, António acordou pelas 7h e a Alice ficou a dormir, até depois de eu sair pelas 8h10.
Acho que a partilha do quarto nesta altura não facilita porque um pode acordar o outro, porque não se deitam à mesma hora, porque não têm a mesma idade e os mesmos padrões de sono. Não sei como serão as noites que forem de choro por dentes ou outra coisa qualquer. Não sei se esta mudança é definitiva. Estou a ver como funciona. Espero que funcione.
Durante o dia, as sestas também podem atrapalhar. Ontem Alice foi dormir ao mesmo tempo que ele. Ele fazia um barulhão. Ela reclama que não consegue dormir. Ela fica na cama, ele vem para a sala mais um pouco. Por duas vezes tentei levá-lo para cima enquanto ela já estava ferrada a dormir. Deitava-o na cama e ele reclamava, batia com as pernas e soltava gritinhos. Trazia-o para a sala. Ele já perdido de sono. Fui embalá-lo ao colo no meu quarto e quando adormeceu deitei-o no berço.
Assim é vida com dois filhos, num T2. Tivesse mais um quarto e, pelo menos nesta altura da vida deles, ficava cada um em seu quarto.
Gostava de saber como se resolvem as outras famílias que têm filhos pequenos no mesmo quarto.
4 comentários:
Realmente uma trabalheira!! Vida de mãe!!
Bj
Não deve ser fácil, não!! Mas é o início, depois os dois habituam-se e a mãe também, e fica mais descansada :) Boa sorte!
Vai melhorar, de certeza ;) Bjs
CS vou acompanhar as tuas dicas e histórias! daqui a uns meses estou a passar por isso. Para já e porque ainda mama muito está no meu quarto, mas pelos 6/7 meses mudo-o para o quarto do irmão. Vai ser lindo vai...
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