Por falar em sonhos e preocupações

Se a noite passada os meus sonhos estiveram com o meu médico, a noite "anterior à passada" a minha preocupação foi outra: B. Sim, ele é figura de presença quase obrigatória nos meus sonhos e pesadelos. Raramente são sonhos connosco a correr mundo de mãos dadas, beijos trocados à beira mar, tudo com o patrocínio das melhores marcas. Não, isso era bom demais, até em sonhos. Frequentemente são mais melodramáticos com muitas lágrimas à mistura e gritos a meio da noite. Costuma variar entre B. ser atacado por cães ou por loiras que o roubam de mim, e este último, por uma suposta ex-namorada que aparece com uma filha dele.
Pois é, no sonho, aparece-me uma ex com a grande revelação de que ele era pai. Claro que a ideia não me deixou minimamente feliz. Andava pelos cantos a desabafar com as minhas amigas: "Ah, ele é pai! Ah, e agora?"
O insólito era que a filha dele já tinha alguma idade. Na verdade, a filha dele já tinha quase a minha idade. A filha dele tinha 35 anos!!!
E não houve ninguém, ninnnnguéeeemmm no sonho, uma amiga minha, que me dissesse: "C. impossível ela ser filha dele! Não vês que B. só tem 30 anos?! Como pode ter uma filha de 35?!"
Pronto, e sofri toda a noite e apenas quando acordei e meditei sobre o assunto vi como foi ridículo o sonho e que podia ter gritado na cara da ex e da suposta filha: IMPOSTORAS!
Mas não... sofri mais uma noite!
Se corre a notícia do meu Q.I. já sei que quando morrer o meu cérebro vai para um frasco, tendo como frasco vizinho o cérebro de Einstein.

Q’Orianka Kilcher