Considero-me uma pessoa calma, paciente e quando se diz respeito à Alice essa paciência e calma aumenta consideravelmente. No entanto, há dias e dias e ontem foi um dia não.
Chego a casa, brinco um pouco com ela mas depois atirei-me às lides domésticas: loiça, camas, arrumações, tábua de passar ferro e nos intervalos tentar colocar a Alice ocupada com aguarelas e pinturas que exigiam que estivesse debaixo de olho, os constantes "Mãe", "Mãe", e a loiça e a roupa e o jantar dela ao lume, e a pilha de roupa novamente e a frustração de estar de roda de tarefas chatas para não gastar 30€ com uma empregada de limpeza. "Mãe", "Mãe", "xixi" corre para a casa de banho, nada, "xixi" voltámos a correr, nada. Encher a banheira e coloca-la a brincar: "Mãe, Mãe, cócó", toca para a sanita, nada. Repete-se a história 3 vezes mas à terceira há festa do cocó. Dar o jantar, quer o Barney, quer o Timmy, quer o Pocoyo e o diabo a quatro. A paciência a desaparecer entre o vapor do ferro, o líquido da loiça, o recolher da roupa e a pilha que não desce. Ai quem me dera uma empregada de limpeza!
Penso nas mães com 2 e 3 filhos, penso nesta e nesta. Penso na formação que tenho que dar na primeira semana de julho e no trabalho que me espera. Penso na Alice. Penso em mim quando tiver 2 em vez de 1. Penso na empregada de limpeza que não tenho. Penso na minha mãe e em ligar-lhe para lhe pedir ajuda. Penso novamente que daqui a uns meses será isto tudo mais 1 bebé e volto a pensar nas mães de 2 e 3 filhos.
Quanto mais a paciência se esgota mais a Alice leva tempo a mastigar, leva tempo a lavar os dentes e pede mais Timmy, ai não, afinal quer Barney e só mais um bocadinho e "Mãe não qué dormir". Cama que se faz tarde! Quer a história da Alice que não quer dormir e depois a história do Zebedeu que quer dormir na cama da mãe e agora só mais uma história... acho que dei um grito ou falei mais alto: "Chega Alice! A mãe está cansada! É hora de dormir" Cansada... cansada de tarefas que a ela não lhe dizem nada. Cansada da roupa engomada e por engomar quando ela talvez preferisse uma roupa amachucada e mais brincadeira. Cansada da loiça lavada e por lavar quando ela bem podia comer em pratos de plástico e depois deitá-los fora. Cansada do dia de trabalho quando por ela podíamos todos viver numa tenda e brincar na relva.
Cansada... ontem estava cansada, saturada e chateada por ter feito tanto e ter tanto que ficou por fazer. Cansada por ter gritado com ela quando ela só me queria a mim, mais nada...
5 comentários:
Tantos dias assim que eu tive, e ás vezes ainda tenho. No teu caso ainda tens a agravante de toda a alteração hormonal e o cansaço que por vezes daí advém.
Há dias assim, mas outros virão tão maravilhosos que logo esses serão esquecidos. Paciência tem limites e ninguém é de ferro!
Beijinhos
Acho que todas nós que somos mães temos dias destes, no entanto, os dias bons compensam estes.
Não penses como será daqui a uns meses, tudo se faz e eu falo por experiência.
Este post poderia ter sido escrito por mim. O Simão sempre requereu imensa atenção minha e ainda hoje não me dá grandes noites. Há dias em que o cansaço me afecta e eu perco a paciência com ele. E é nesses dias em que está mais rabugentos e colabora menos. E depois sinto-me a pior mãe do mundo... E por isso tenho medo de ter outro filho, medo de não conseguir dar tempo de qualidade ao Simão...
Dina, um segundo filho deve dar muito trabalho mas passado os 2 primeiros anos, os irmãos fazem muita companhia um ao outro e aí libertam-se mais dos pais. Só um quererá sempre 1 pai para brincar.
Dina, um segundo filho deve dar muito trabalho mas passado os 2 primeiros anos, os irmãos fazem muita companhia um ao outro e aí libertam-se mais dos pais. Só um quererá sempre 1 pai para brincar.
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