Papagaios de imitação

Não há dúvida nenhuma que os nossos pequenos rebentos nos imitam à exaustão.
Não sei se por estar grávida, se por estar mais calor, se por querer férias de gente rica e uma empregada doméstica em casa ou se por a Alice andar cada vez mais senhora do seu nariz, ando com a paciência em vias de extinção.
Dou por mim a fazer um esforço redobrado e a soprar para o lado para não soltar uns gritos de Ipiranga quando antes era apenas um pequeno esforço e sem sopro para o lado.
Ela reclama que não quer tomar banho, que não precisa, a muito custo e alguma reclamação vai para a banheira e depois é tudo igual para sair do banho. Ela reclama que quer vestir sozinha, anda a correr com a t-shirt enfiada na cabeça e as cuecas enfiadas numa só perna.
Tudo é uma luta. Quer subir sozinha as escadas que não têm corrimão e não me deixa sequer andar nuns degraus abaixo. "Suzinnnhhhhaaa!" grita ela. E eu vou com falinhas mansas explicando os perigos, explicando o sol e a lua, brincando e tentando que entenda. Chego ao ponto de exaustão de atuar e dizer-lhe: "Quem manda é a mãe e o pai. Nós sabemos o que é melhor para ti!"

Ultimamente tenho tido a resposta do seu corpinho que anda ainda muito longe de 1 metro de gente: "Quem manda é a Alice!" cruzando os braços e franzindo a testa.
Já o ouvi várias vezes e acho que mais umas 10 e já estou a acreditar...
Maravilhas da maternidade é o que é! Que venha o próximo!