Se a Alice estava num extremo relativamente ao desenvolvimento da linguagem, sendo realmente precoce na sua evolução, o António está no extremo oposto.
Quando ingressar no jardim de infância em setembro, irá com os estereótipos que costumam estar associados às crianças que são criadas em casa com pais ou avós: atraso na linguagem, resistência às regras, dificuldade em esperar pela sua vez, etc
A irmã teve o mesmo percurso do que ele e com a desvantagem de não ter tido irmãos em casa nos primeiros quase 3 anos de vida. Contudo, sempre foi fenomenal na linguagem, no relacionamento com o outro, no à vontade com que ia aos diferentes lugares e interagia.
O António só agora (aos 2 anos e meio) começa a dizer algumas palavras. O mãe, pai e "aice" (Alice) já estava há muito interiorizado e verbalizado, tal como o não (of course). O restante era por gestos e apontando.
Ele foi encontrando as suas próprias formas de comunicar connosco sem ter de verbalizar. Encontrava gestos para comunicar: pão com manteiga (passando 1 dedo sobre a palma da mão), avó (colocando uma mão na face), festinhas (passando uma mão pelo antebraço), quente (abanando uma mão no ar) and so on, so on...
Nem sempre a comunicação era clara e, algumas vezes, (poucas) não se conseguia fazer entender.
Por recomendação da pediatra (não que seja uma preocupação minha. Sei que o dia dele chegará. Que o atraso da linguagem não esconde outros problemas de desenvolvimento) para melhorar a comunicação com o outro e para não aumentar a sua frustração e, consequentemente, momentos de birra, iniciamos a terapia da fala.
A consulta inicial com o fisiatra foi o mesmo que nada, nadinha. Não gostei, não adiantou nada nem me disse nada que não soubesse. Acho que não chegou a 10 minutos de consulta (mais longa porque a Alice foi também e ela não se cala), disse-me que ele tinha um atraso na linguagem e que era preciso despistar algum problema de audição (Já sabíamos. Estamos apenas a aguardar a consulta no especialista).
Ontem foi a primeira consulta com a terapeuta da fala. 1 hora em que ela fez perguntas e esteve a interagir com o António, "forçando-o" a responder sem ser com gesto, nomeadamente o SIM.
Acho que ele tem a beneficiar deste apoio, que chegará mais cedo do que se fosse pelo seu percurso preguiçoso de desenvolvimento da fala.
Veremos como corre...
7 comentários:
Muito bom.
O Tiago faz 22meses e também não diz muito. Diz pai, mãe e não com muita clareza. Depois diz Ti (Tiago), iai, (irish-a nossa cadela), papapa (papa de comer) e mais nada. O resto é hum hum hum e por gestos também.
A minha sobrinha tem 13dias de diferença e fala pelos cotovelos.
Será por ser menina e ele menino? Terá influência?
Vou esperar mais uns tempos.
Sónia Barreto
Aqui em casa é o oposto (creio que é o mais esperado).
A Lara só começou a dizer qualquer coisa pelos 2 anos (hoje, com 3 anos e meio fala de uma forma muito própria e trocando metade das letras). A Maria, com menos de um ano, já dizia várias palavras.
A Lara andou sozinha com 11 meses. A Maria, com 12 meses, nem gatinha (embora ande se lhe agarrarmos as mãos.
Cada um com o seu ritmo de desenvolvimento próprio.
Mas, mentia, se não dissesse que já ponderei terapia da fala para a Lara... mas vamos aguardar, por enquanto. O meu problema é quando começo a comprara-la com as outras crianças. Enfim...
Por aqui tens o exemplo da Beatriz! E posso garantir-te que a terapia faz milagres. Ela ainda não fala o que é suposto, mas a evolução é muito boa...se penso na Beatriz há 9 meses atrás não há comparação. Não sei quem é a terapeuta do António, mas posso garantir-te que a da Beatriz é um anjo :) É preciso muita paciência, ainda para mais quando dizem que o problema dela é emocional..só depende dela. E sim...comparar com outras crianças continua a ser o mais dificil para mim...mas depois lembro-me que ela é perfeita..com muitas ou poucas palavras...
Beijinhos
Cátia :)
Sónia, cada criança é uma criança mas, geralmente, os meninos são mais lentos no desenvolvimento da linguagem. Sabes que as mulheres começam cedo a dar à língua e nunca mais se calam ;)
Ele tem tempo.
Bj
Carla, não tenho ainda grande experiência na área. Se ela não se atrapalha a comunicar ou se não fica frustrada no relacionamento comunicacional com o outro... é ir vendo ou pedir a opinião de um profissional. Claro que os profissionais olham sempre para o melhor e para a parte financeira, mais um cliente. É normal!
Cátia, o António está no Pyshis. Sim, é difícil não compararmos, quando está na natureza humana estar sempre a comparar e etiquetar...
A Beatriz é única! ;)
O meu filhote também não era de grandes palavras. Anda na creche desde os 11 meses, não foi isso que o fez falar mais.
Aos 3 anos começou a evoluir e agora fala bastante, mas com uma dicção péssima. Provavelmente foi resultado da otite serosa que teve durante muito tempo.
Vai começar a terapia da fala agora, aos 4 anos.
As melhoras!
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