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quinta-feira, 6 de abril de 2017

Ser pai/mãe de mais de um filho

Ser pai/mãe de um filho não significa que saberemos sempre ser pai/mãe dos filhos que se seguirão ao primeiro, não significa que já temos o curso com diploma de mérito, não significa que as fases que os próximos passarão serão iguais ao primeiro e nós saberemos sempre como agir ou até antecipar os acontecimentos.
O segundo pode ser completamente diferente do primeiro, o segundo pode-nos fazer ver que afinal ser pai/mãe de um filho não dá trabalho nenhum e faz-se com uma pern...a às costas, ser pai/mãe de dois é que faz cair o cabelo (o primeiro só faz levantar os cabelos). O segundo filho faz-nos constatar que o primeiro até ouvia bem, até obedecia ao segundo grito (o que é o paraíso quando nós pensávamos que era teimosia), até comia bem, até brincava sossegado, até dava para estarmos sentados de esplanada 15 minutos, vá, 10 minutos em sossego (sim, é extraordinário quando pensávamos que era uma chatice não ser 30 minutos), até acordar 3 a 4 vezes por noite é o sonho (8, 9 e 10 vezes é que nos mata), até comer metade do segundo prato é maravilhoso (atirar tudo ao chão ao primeiro vislumbre é que nos tira a energia toda).
O segundo, o segundo filho, futuros pais de segundos filhos, transforma-nos, faz-nos mais fortes, mais fracos, faz cair os cabelos que o primeiro fez levantar, faz-nos gritar mais mas também deixar passar mais fazendo-nos fechar os olhos e a boca mais vezes do que alguma vez julgámos, faz-nos importar menos, rir mais, desesperar às segundas e quartas e nos outros dias dizer "que se lixe, eu não estou aqui", faz-nos não correr ao primeiro grito, faz-nos habituar às turras de irmãos, faz-nos derreter nos abraços que dão um ao outro (altura em que esquecemos as vezes em que por breves segundos pensámos: "onde tinha eu a cabeça quando me meti nisto de ter mais?!"), faz-nos ser pai/mãe de muitos, porque dois é plural, é o dobro de um, o dobro do amor, do carinho, do trabalho, das preocupações, das chatices, dos gritos, dos desesperos mas...
... o dobro de pai/mãe.
A ti, António que me ensinas todos os dias a ser mãe do dobro dos filhos que tinha, a ti que duplicaste o amor que julgava não conseguir aumentar mais.


6 comentários:

Just me disse...

Que declaração tão bonita e tão verdadeira! :)

Maria do Mundo disse...

Revejo-me totalmente neste texto. Tenho duas filhas absolutamente diferentes não só fisicamente...em tudo tudo.

CS disse...

Obrigada; )

CS disse...

E isso é a beleza de se ter mais de um e o desafio também; )

Anónimo disse...

O segundo filho, ai o segundo filho...

Liliana Pereira disse...

A CS é mesmo isto... tão diferentes... ai o segundo filho...