Morreu ontem um familiar de uma pessoa minha conhecida. Morreu de cancro do pulmão.
Vício desgraçado que destrói não só a vida de quem o tem como a vida de todos aqueles que o rodeiam.
E não venham com histórias ou frases como "
Conheço uma pessoa que nunca fumou na vida e que morreu de cancro do pulmão" ou melhor "
Não é mesmo para morrer, mais vale ir gozando até lá".
Raios partam esse vício que me tira do sério quando são pessoas que adoro e que gostaria de as ter até ao fim dos meus dias. Raios partam essa falta de vontade de deixar de fumar. Raios partam os maleficios do tabaco e o preço demasiado baixo de um maço de tabaco para o preço demasiado elevado que os fumadores pagarão no final.
Na verdade, estas questões já me incomodaram mais, já me incomodaram diariamente. Agora, apenas quando vejo o sofrimento deles que ficam, por alguém que partiu devido aos conhecidos efeitos do tabaco.
Na verdade, já fui bem chatinha, quando era nova e a minha prima e o Piri começaram a fumar às minhas escondidas porque eu era demasiado "certinha". Quando finalmente descobri, aborrecia-me com eles, parecia que o meu coração desfazia-se ao vê-los praticar algo que os poderia causar tanto e tantos problemas de saúde.
Hoje em dia não digo nada. De vez em quando lá sai: "
Quando é que largas esse vício?" mas a conversa não se adianta muito porque quem fuma não gosta de ouvir falar de cancros e mortes. Acho que lhes tira a pica do cigarro e lá terão de fumar outro quando a conversa toma outros contornos mais alegres.
Talvez fale sem conhecimento de causa. Talvez seja fácil falar porque nunca na vida tive nenhum vício. Talvez não consiga compreender todos aqueles que se agarram a um cigarro como algo de tão extraordinário que vale os riscos todos.
Não compreendo, realmente não compreendo que a força de vontade de alguém não consiga superar um vício, seja ele qual for, mesmo que para isso seja necessária ajuda médica. Compreendo sim que quem não deixa de fumar não é por não conseguir é por não querer. Dizem que querem mas, no fundo, não querem.
Mas isto sou eu, sou eu que nunca tive vícios a falar...