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domingo, 2 de fevereiro de 2020

Mãe sem gritar (não eu)

Numa outra noite António acordou aos gritos, chorava e chamava por mim. Disse entre lágrimas: "Tive um sonho horrível." Acalmei-o e voltou a adormecer.
De manhã:
António: "Mãe, tive um sonho horrível!"
Eu: "Pois, eu percebi. O que sonhaste?"
António: "Sonhei que estava a gritar. Depois a mãe chegou e começou a gritar tanto comigo que começou a sair fogo da cabeça da mãe!"

Eu sonho com o dia em que não precisarei de gritar. Eu não gosto de gritar e até me aguento bem algum tempo ou dias até, quase num esforço olímpico. Mas depois, tal qual um viciado em nicotina a tentar deixar de fumar, quando mete o cigarro à boca fuma todos os cigarros que não fumou e mais um em cima. Eu solto os gritos que engoli e termino com uns decibéis acima do costume.
Eu sonho com o dia em que não vou engolir gritos, em que eles simplesmente não existem.
Vá, um ou outro mas quando estiver a dizer bem alto que são os meus maiores amores!
Isto pode até ser um mito urbano, uma mãe não gritar. Querem-nos fazer acreditar que é possível, não sei...
Esperem, eu hoje não gritei...
Amanhã segurem-me!


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