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sexta-feira, 6 de julho de 2012

Doutores e Engenheiros

Tal é a sede em Portugal do sô doutô e do sô engenheiro que o favoritismo entra como uma variável tão importante como fazer um exame.
Mais uma vez vêm à baila as licenciaturas dos nossos políticos, tiradas em funs-de semana ou feriados, em tempo record. Mais uma vez vêm à baila as explicações duvidosas onde a bota não bate com a perdigota (é assim que se diz, não é?).

Diz o i:

"O ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, obteve 32 equivalências e teve ainda de fazer exames a quatro disciplinas para poder concluir num ano a licenciatura em Ciência Política e Relações Internacionais na Universidade Lusófona de Lisboa. No despacho assinado por Fernando Santos Neves, director do curso – que em 2006 também era reitor desta instituição de ensino privado -, são descritos todos os cargos e funções públicas ou privadas desempenhados pelo governante que serviram para justificar as unidades de crédito que lhe foram concedidas para a sua inscrição e matrícula no curso.
Os cargos públicos que Miguel Relvas ocupou desde os seus 26 anos valeram-lhe a equivalência a 14 disciplinas. De acordo com o documento que o i teve acesso, a sua avaliação das “competências adquiridas ao longo da vida” teve em conta os nove cargos que o ministro ocupou seja como membro da delegação portuguesa da NATO, entre 1999 a 2002 ou como secretário da direcção do grupo parlamentar do PSD entre 1987 e 2001.
Os cargos políticos desempenhados, por seu turno, permitiram a Relvas obter equivalências a três disciplinas do 2.º ano e ainda a mais uma do 3.º ano. Por fim, a avaliação do “exercício de funções privadas, empresariais e de intervenção social e cultural” permitiram ao antigo aluno da Lusófona adquirir equivalências a mais 15 disciplinas.
Foi portanto com esta avaliação que Miguel Relvas foi admitido no curso, tendo contudo realizado quatro exames para que pudesse concluir o 1.º ciclo de estudos (licenciatura). Segundo o certificado de habilitações do ministro a que o i teve também acesso, o aluno fez as provas nas cadeiras de Quadros Institucionais da Vida Económico-Político-Administrativo, do 3.º ano (12 valores), Introdução ao Pensamento Contemporâneo, do 1º ano (18 valores), Teoria do Estado, da Democracia e da Revolução, do 2.º ano (14 valores) e ainda Geoestratégia, Geopolítica e Relações Internacionais II, do 3.º ano (15 valores)."

Isto não me causa espanto e até, em certa forma, compreendo as equivalências dadas através da experiência profissional. Acredito que o nosso ministro, apesar dos apenas 4 exames feitos, tenha terminado a licenciatura com mais saber, experiência e competências que qualquer outro aluno do curso de Ciência Política. Agora, as razões que levaram a essas equivalências todas é que poderão estar relacionadas com outras coisas que não apenas a experiência profissional.
E não vamos mais longe... tenho uma pessoa conhecida a tirar o diploma de 7º, 8º e 9º ano de escolaridade em apenas 4 meses. Temos sorte que não chegará a ministro ou tinha toda a imprensa em cima dele.
Não será um problema do nosso país diplomar todos os seus habitantes a todo e qualquer custo, desde que seja em tempo record?
Temos que sair da cauda e o nosso ministro é apenas mais 1 entre tantos, tantos outros.



P.S. Modesta opinião de quem ainda só viu uma notícia sobre o assunto. Para uma opinião mais fundamentada é favor passar, no mínimo, 5 horas nos canais de informação da MEO ou ZON.

3 comentários:

Dia - a - Dia disse...

No coments......

Palco do tempo disse...

ate aceito darem equivalências dadas através da experiência profissional, mas acho completamente disparato darem um curso inteiro!
Bom fim de semana :)

Anónimo disse...

Isto é uma vergonha!!

Esta, e outras situações idênticas a esta, são absurdas e só vêm descredibilizar pessoas que, como eu, tirou o curso superior na Lusófona, fazendo TODAS AS CADEIRAS, indo às aulas, fazendo os trabalhos, as frequências, os exames como os demais alunos!!

Se assim é para esse senhor, também eu e outros, que temos experiência profissional de alguns anos queremos equivalências!!

Assim não teria apenas um curso superior!! Teria vários!! E sem gastar muito dinheiro, pestanas e cérebro!!

VERGONHOSO!!

Sónia Barreto