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quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Desapego

O outro dia estive na casa de uma amiga, que como eu, adora roupas. Conhecemo-nos de longa data e já vivemos juntas no tempo em que eu era professora. Este conhecimento ajuda no desafio megalómano que tivemos num sábado. Ela pediu-me ajuda para destralhar e desapegar-se de roupa que tinha nos seus roupeiros. Sozinha sentia-se incapaz de  o fazer com o resultado que desejava. Não é a primeira vez que fazemos isto juntas.
Assim, após a sesta do António, peguei na minha tropa e fomos para a nossa missão. Os meus filhos a brincar com os dela, nós a sermos constantemente interrompidas pelos conflitos bélicos ou pelos constantes pedidos de mantimentos, contudo, conseguimos levar a nossa missão a bom porto. Algumas horas, talvez umas 4 horas, foram suficientes para desapegar cerca de 100 peças (saias, casacos, calças e calçado).
Poderíamos ter ido mais longe... a minha amiga era a própria a afirmar: "eu sei que não vou usar mais isto mas ainda não me consigo desfazer",ou porque tinha boas memórias, ou porque tinha sido muito caro, mas, no fundo, porque era demasiado esforço emocional num só dia.
Foram peças com as quais já não se identificava, cores ou padrões que não gostava, ofertas que recebeu e nunca chegou a gostar, modelos que achou ultrapassado, saias curtas com as quais sente já não se adequar a si, roupas muito usadas, etc. Não é fácil fazermos sozinhos.
Ela tem alguma facilidade em ir atualizando o seu guarda-roupa, tem peças lindas, logo não fazia sentido manter algumas peças inferiores ou que não a favoreciam. Manter essas peças pode levar a dois caminhos: acumulação sem nunca as dar uso, ou dar-lhes um uso esporádico e ter um dia em que não vamos tão bem porque estamos a usar algo que já não tem a ver connosco ou não está na linha da qualidade que costumamos ter e que só usamos porque não usamos há muito e queremos sentir que tudo o que temos é nos necessário.
Não sou nenhuma especialista, não tenho formação ou nenhum jeito natural diferente das outras mulheres. Simplesmente, é algo que gosto de fazer, gosto de aconselhar e gosto do sentimento da partilha que se gera. Fazer circular a roupa que não damos uso, ver outro alguém adorar o que já nem conseguimos gostar, renovar, desapegar e viver um pouco mais leve.
Faço isto várias vezes no meu guarda-roupa. Não nesta dimensão porque vou desapegando mensalmente e sempre que adquiro alguma peça nova.
Estou muito, muito longe de um armário cápsula, não se encaixa na minha personalidade mas gosto da filosofia e lá vou aplicando e ajustando à minha forma de ser.

4 comentários:

Carla Marques disse...

Eu precisava de um aconselhamento no sentido contrário. :D
Dou por mim sem comprar roupa há um ano não tarda.
Agora tenho que comprar algo para mim, que me querem oferecer pelo meu aniversário, e não sei o que faça. Tudo me parece desnecessário. :D
Acho que vou comprar um perfume só porque sim... Porque não compro há anos e anos (nem me lembro da última vez que comprei um perfume) prefiro usar cremes e água de colónia infantil (pancadas).

CS disse...

Carla,isso é grave! Muito grave! Não sou apologista do consumo desenfreado (a bolsa nem o permite) mas é importante irmos renovando o nosso guarda-roupa e a nossa imagem.
Se precisares de ajuda, faz sinais de fumo. Sabes que vivemos perto uma da outra ;) Esquece o perfume. Compra um casaco bonito ou um vestido!
Bj

Liliana Pereira disse...

Ando a tentar fazer o mesmo. Aproveitei esta mudança de casa para destralhar mas ainda não estou satisfeita nem acho que tenha um guarda roupa funcional. Mas para lá tento caminhar.
Beijinhos

CS disse...

ML, nada fácil... para mim é difícil. Custa-me ser mais prática porque tenho receio que não possa comprar mais ou porque ando sempre em contenção de custos...