ALICE

Lilypie Kids Birthday tickers

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Numa creche ou em casa

Ontem discutíamos sobre o que seria mais benéfico para um bebé, se ficar em casa com os pais se ficar numa creche.
Éramos 3 à conversa e duas posições bastante distintas, no entanto, duas contra uma.
De um lado (uma prima com um filho de 7 anos) dizia: "É importante o convívio com as outras crianças. É importante aprenderem a partilha. É importante interagirem. As creches são boas no desenvolvimento das crianças enquanto seres sociais. Eu não tinha hipóteses de ficar em casa com o meu filho e mesmo que tivesse acho que o colocava na creche na mesma. Depois é vê-los (os criados em casa) a chegar à pré-primária e chorarem semanas a fio..."
Do outro lado (eu e uma tia que trabalha numa creche) diziam: "Uma creche sim, importante, a partir dos 2 ou 3 anos. É muito violento para um bebé ir tão cedo para uma creche. São 11 ou 12 numa sala para duas. Na hora de comer berram todos ao mesmo tempo e não podem alimentá-los logo. Na hora de dormir é um berreiro. Elas não pegam ao colo em todos. Ficam a chorar e só adormecem por cansaço. Os bebés que são mais difícieis ou chatos de criar são colocados de parte. Há favoritismos."
Eu dizia: "Acho tão importante que o primeiro ano seja em casa, com os pais. Pena é que 90% não o possa fazer. Contudo, também é certo que muita gente, mesmo desempregada ou doméstica, optam pelas creches, mesmo que sejam a pagar. Opções de cada um. Quanto ao convívio com outras crianças isso é mais que possível quando se tem amigos com filhos pequenos, quando se tem famíliares com filhos e mesmo que não se tenha ninguém, os pais são os brinquedos ideiais dos filhos. Não terão eles tempo quando chegarem aos 2 ou 3 anos? Quanto à adaptação, muitos choram, muitos podem nem sequer chorar independentemente de terem estado ou não numa creche. Claro que será bem mais fácil se tiverem habituados a saírem todos os dias de casa pelas 8h ou 9h da manhã, se souberem que passarão 95% do seu dia em que estão acordados longe dos seus pais..."

A conversa andava à volta disto, em acesa discussão e sem qualquer concordância de ambas as partes.

Eu, antes de ser mãe, tinha uma visão diferente. Era muito apologista das creches, do trabalho magnífico que lá podia ser feito, das horas que eles tinham, inevitavelmente de passar longe dos pais, do chegar a casa, comer e dormir. Era fácil para mim pensar desta forma. Nunca nada me tinha tocado para que pudesse pensar de outra forma.
Agora, depois de ser mãe, mudei em tantas coisas e mudei nisto também. Eu sou apologista (os que conseguem, claro) do esforço entre pai e mãe para que os seus recentes filhos fiquem em casa. Não imaginam a paz de espírito que ando por sair de casa para o trabalho e deixar a minha filha ao cuidado do pai, a segurança que sinto quando bato a porta da rua e ela fica a dormir no berço, a alegria de abrir a mesma porta e vê-la brincar na sala.
Respeito quem não pense desta forma. Não considero que a minha filha vá ficar prejudicada por falta de convívio com outros bebés. Considero sim que ela está a ser criada com muito amor. Que passa 100% do seu tempo com os pais. Considero sim que sou privilegiada, que o pai dela é um privilegiado e que ela é uma super privilegiada.
Tudo isto só é possível porque tive a sorte de partilhar a minha vida com um homem que encara a paternidade com os mesmos olhos com que eu encaro a maternidade. É certo que ele tem um horário que lhe permite estar com a filha em casa mas quantos pais e mães o têm também e mesmo assim (pelos motivos que forem, válidos ou não válidos para o bem-estar dos seus filhos) não preferem entregá-los em creches, amas ou avós? E se formos falar apenas dos homens a percentagem sobe em flecha.
Não querendo ser feminista ou qualquer outra coisa acabada em ista, é sabido que, apesar de muito estar a mudar, os homens continuam com o papel de "ajudantes" quando os "mestres" da educação e criação dos filhos são as mulheres. E, muitos, já cheios de orgulhos exclamam: "Eu ajudo muito a minha mulher!" Ajudas? Ou fazes o que por direito e obrigação te compete por seres pai?
Bem... desviando-me em muito do tema do post e indo para o que daria outra conversa bastante longa, resumo:

Para mim, a minha filha é criada em casa quando tem a opção de ir para uma creche. Poupo dinheiro mas, acima de tudo, sei que é criada com amor, dedicação e atenção, pelo pai e pela mãe. Para mim, é mais privilegiada em relação a todos os bebés que não têm essa possibilidade. Se tudo correr bem, se continuarmos a gerir os nossos horários tão bem, ela ficará connosco até idade da pré-primária quando tiver 3 anos e meio (uma vez que nasceu em Janeiro). Nessa altura, quem sabe, estaremos já em segunda ronda e a começar tudo de novo...


A nossa sala para lá caminha... Já há parque, alguns brinquedos, tapete de actividades e cadeira de descanso. A caminho vem mesa e cadeiras em ponto mini, caixa de arrumação e jogos simples de lógica. Não somos apologistas de muitos brinquedos, nem de brinquedos caros. Os que tem foram oferta ou então do meu sobrinho que já tem 5 anos e não liga a nada que diga CHICCO. Temos alguns jogos em mente que a seu tempo chegarão. O tópico BRINQUEDOS também dava outro post...

9 comentários:

Ly* disse...

Eu sou apologista da creche. Não nos primeiros meses de vida, porque os bebés são pequenos demais... Mas, infelizmente, há mães que não têm outra solução quando a licença de maternidade termina!

Mammi Cris ♥ disse...

Concordo plenamente contigo e falo por experiência de creche! O Gonçalo entrou para creche em junho porque acabou a minha licença de maternidade e não tinha a quem recorrer para ficar com o bebé a única opção que tinha era mesmo a creche!!
Este mês de agosto eu e o pai tamos de férias com o nosso tesouro é uma alegria tamos 24 horas com ele e não tenho palavras para exprimir, mas falando de 1 mês e meio de creche do Gonçalo é muito violento um bebé com 5 meses ir para uma creche no sentido em que houve manhãs que tivemos de o acordar ele gosta de dormir até tarde, cortar os seus hábitos diários comigo em casa entre outras coisas eles tÊm tempo de aos 3 anos irem para o jardim de infÂncia e mesmo em casa connosco interagem com outros crianças filhos dos nossos amigos, os primos etc...
Não tenho razão de queixa das educadoras mt meigas e chego às vezes antes da hora de o ir buscar e elas tão à volta dele... Mas comigo em casa era mt melhor sem dúvida mãe é mãe!! eu desde que sou mãe também mt a minha opinião em mts assuntos :) agora mais do que nunca dou mt valor às mães.
Muito bom teres a Alice em casa é uma sorte para ela, para ti e para o pai! eu adorava ter esse privilégio mts felicidades para vocês :) bjins

CS disse...

Eu sei que é uma sorte :) Ela terá muitos anos pela frente para ficar fechada numa sala cheia de crianças.

Anónimo disse...

Eu mesmo antes de ser mãe sempre achei que pelo menos durante o primeiro ano os bebés deveriam estar com os pais. Muitos não podem dar-se ao luxo de ficar com os filhos em casa, mas acho que é mais benéfico. O meu irmão foi para o infantário a partir do seu 1º ano e integrou-se perfeitamente, não é anti social e hoje em dia não vejo qualquer tipo de mácula. Nos primeiros tempos eu lembro-me que ele chorava baba e ranho porque queria ficar com a minha mãe, mas depois lá percebeu que aquilo era divertido e que podia brincar e pronto. Eu enquanto puder vou tentar fazer o mesmo. Não tenho ainda muitos brinquedos para a Lila porque não tenho espaço, mas assim que for para a minha casa, de certeza que vou encher o quarto de brinquedos. Quanto ás pessoas que defendem que os bebés devem ir para a creche eu duvido que tenham filhos, porque se tivessem compreenderiam a preocupação de deixar os nossos filhos nas mãos erradas e as consequências que isso pode trazer.
Não minto, tenho muito medo de quando chegar a altura deixar a Lila nas mãos erradas e ela ser maltratada.

Anónimo disse...

Tive a "sorte" se assim poderei dizer (infelizmente fiquei desempregada durante a licença de maternidade), de ficar em casa com minha pipoca, ela tem 11 meses e irá para a creche para setembro (está quase ai que nervos). Até tenho medo de como irá ser os 1ºs dias, ela ta mto apegada a mim, não dorme com ninguem sem ser comigo. Na minha opinião todos os pais deveriam ficar com seus filhotes até 1 aninho, é maravilhoso podemos assistir em 1ª pessoa aos 1ºs passos, o gatinhar, tudo. fiquei desempregada, mas há males que vem por bem e assim pude estar presente 24h por dia.

Flutuações da mente disse...

Concordo contigo, sabes bem. Acho que os 3 são uns felizardos e com as cabeças bem no lugar. Também te digo, três e meio é boa idade de começar nas lides escolares.
Beijo

Soltas as Palavras disse...

Eu também sou apologista de as crianças ficarem em casa até aos 3 anos, tenho muita pena de não conseguir ter ficado com o meu branquinho. A Alice é de facto uma privilegiada e voçês também por conseguirem estar com ela, o inicio custou-me muito ter de o acordar cedo e deixá-lo tanto tempo longe de mim e a verdade é que ainda hoje me custa.

Dina disse...

Nem imaginas a pena que tenho não poder optar por criar eu o Simão. Infelizmente tenho que trabalhar e os horários de ambos sõa incompatíveis. Em Lisboa não temos nenhum familiar, por isso o pequeno terá que ir para a creche com 6 meses (o máximo que consigo ficar com ele em casa). Podia aumentar a licença mas o dinheiro seria demasiado pouco e não sei se não colocaria em risco o meu posto de trabalho.
Acho que sim estarem com outras crianças ajuda no desenvolvimento mas não há como os pais para criarem os filhos. E depois basta os pais terem a preocupação de estimulá-los. O que me alivia mais é que o marido tem horários mais leve e dá para o ir buscar mais cedo a maioria dos dias...

CS disse...

As creches são fantásticas, sim, para quem não pode ficar com eles em casa. Penso assim. :)