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domingo, 20 de março de 2011

A minha avó paterna

A minha avó paterna já passou a elevada fasquia dos 80 anos, comemorando hoje os seus 82 ou 83 anos. Com uma memória que coloca a minha num canto, mantém um discurso lúcido e muito consciente. A agilidade já é bastante reduzida mas continua a fazer talvez duas das suas actividades preferidas: crochet e atirar o chinelo às netas mais novas, as da faixa etária entre os 20 e os 6/7 anos.
Queixa-se que a(o)s neta(o)s mais velha(o)s, os da faixa etária entre os 25 e os 38 anos, visitam-a pouco, que passa semanas e semanas sem os ver, aqueles coriscos, como diz ela.
A minha avó é a matriarca de uma família impossível de contar. Somos tantos que sozinhos podíamos constituir equipas de futebol que alimentaria uma época inteira. Ela seria a presidente de todas as equipas, ralhado e chamando nomes aos que chegassem atrasados, os que tivessem saído à noite ou os que não tivessem roupas apropriadas, só não podia era ficar calada.
A minha avó adora filmes de terror, de polícias e ladrões, de assassinos em série e detesta tudo o que são romances. A explicação é porque não sabe ler e é para ela muito mais fácil perceber num filme estrangeiro quem mata e quem prende do que numa história de amor cheia de beijos aqui e beijos ali sem perceber quem afinal gosta de quem. Se não houver mortes, não é um bom filme, diz ela.
O meu único desejo é que ela fique entre nós mais tempo, muito tempo. Talvez o desejo dela seja que receba mais visitas dos seus netos e eu, me confesso, falho tantas vezes com ela...

Atente-se ao pormenor da manta da minha avó. Padrão muito stylish oferecido pela sua neta Mari.

2 comentários:

POPITA disse...

Uahhh, toda IN que ela está!:)Like it!

E. Raposo disse...

Olha, nem sabes a sorte de teres ainda a tua avó.
Eu já não tenho um que seja.
Aproveita-a bem.