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terça-feira, 5 de março de 2013

Para a Joana

Gostava tanto de saber se a Joana ainda segue o meu blog.
Hoje, ao rever os posts de anos anteriores sobre a data de hoje reparei que nunca tinha chegado a responder a um comentário, ou melhor, a uma partilha tão íntima de uma leitora da altura.
Ela escreveu neste post: http://omeuchaverde.blogspot.pt/2011/03/3-anos.html

Ler este post fez-me arrepiar toda... Há já algum tempo que sigo o seu blogue e já tinha reconhecido várias passagens. Não por conhecer a CS mas por me rever nas palavras. E ler este post foi quase como ler a minha história. Nunca conheci ninguém que tivesse sofrido do mesmo que eu, apesar de os médicos me dizerem que era uma situação bastante comum. Anos e anos de consultas no Hospital de Coimbra e nunca vi ninguém com semelhante problema nas filas de espera para as consultas de Estomatologia e Ortodôncia. 

Também eu dei uma grande queda, tendo aterrado de queixo no chão, quando tinha 10 anos. Pouco tempo depois, surgia o problema que me levaria a constantes consultas em médicos, dentistas, cirurgiões, um pouco por todo o país, não encontrando alguém que soubesse como me ajudar. Só quando tinha 17 anos e no fundo do poço com uma deformação que ninguém achava importante (afinal, não eram eles que viviam com um maxilar fora do sítio), um médico do Hospital Universitário de Coimbra emocionou-se e no mesmo momento formou uma equipa que me acompanha até hoje (tenho agora 25 anos). Ninguém sabe se foi a queda que provocou isto, ou se foi uma malformação genética. Desde os 17 anos que faço viagens mensais (muitas vezes foram mais do que uma vez por mês) para Coimbra (moro a 200 km de lá). Usei aparelho durante 4 anos, fui operada está quase a fazer 5 anos, tirei o aparelho em finais de 2006 mas até hoje uso o aparelho de contenção quase todas as noites e de acordo com os médicos que me acompanham, o mais provável é ter que o usar o resto da vida. Se estou mais uns dias sem o usar, os dentes ressentem-se logo. Também a mim me partiram os maxilares. Conto com 24 parafusos na minha boca e toda a gente adora fazer as piadinhas com os detectores de metais dos aeroportos. Durante 6meses vivi a sopas e comida triturada e muitos elásticos a prenderem os maxilares um ao outro. Não fiquei perfeita, não tenho o maxilar certinho certinho, há um pequeno deslocamento de milímetros, mas hoje não é nada comparado com o desvio que foi um dia. Nunca mais vi o médico que um dia se comoveu comigo depois desse dia. Mas a promessa dele manteve-se e a equipa formada por ele fez o seu trabalho e cumpriu o seu objectivo.
Fico feliz que também tenha corrido tudo bem consigo =)
As maiores felicidades!!
Joana

5 comentários:

Anónimo disse...

As coincidências da vida...
na semana passada lembrei-me da minha cirurgia e tenho passado os últimos dias a pensar em todo o processo, como há muito não fazia. E agora venho ao seu blog e dou de caras com este post, que me comoveu. Sim, sou a Joana e ainda aqui ando :)
Caladinha, mas presente, a seguir o blog e todas as coisas boas que lhe têm acontecido.
Vai fazer 8 anos que fui operada no final de Abril (reparei que me enganei no comentário que tinha feito no seu blog) e às vezes ainda tenho dificuldades em processar o que aconteceu. Apesar de tudo o que passei (que passámos) ainda fico maravilhada com as capacidades da ciência e da medicina. E se eu própria não tivesse passado por isto, não acreditava que seria possível fazer algo assim. No meu caso, o maxilar inferior tinha um desvio para a frente e para o lado direito, completamente descentrado. Tenho encontrado uns vídeos interessantes no youtube, e foi mais ou menos isto que fiz :
http://www.youtube.com/watch?v=aa3lc7XGl6M

E não há nada pelo que pedir desculpa. Nem percebo por que razão pede desculpa, quando fez do meu comentário um post, na altura, o que foi muito mais do que eu poderia esperar :)
Foi apenas uma partilha; graças a si descobri que não estava sozinha, apesar de os médicos afirmarem que é bastante comum. Descobri alguém que havia passado pelo mesmo e que me entendia tão bem. Tanto que ao ler o seu post da altura senti como se tivesse sido eu a escrevê-lo: os mesmos sentimentos, as mesmas reacções de quem me rodeava e achava que eu não tinha qualquer problema. Se houve quem ficasse incrédulo com a diferença pós operação, também houve quem me dissesse que estava igual, o que me levou a sentimentos dúbios: ou aquelas pessoas não viam a minha deformação, ou a cirurgia não tinha resolvido nada e eu continuava deformada.
Um muito obrigada por se ter lembrado de mim, tanto tempo depois!

Irei enviar-lhe para o mail o link do meu facebook, caso queira conhecer a cara desta leitora desconhecida :)

Um beijinho e votos de felicidades!
Continuarei por aqui ;)
Joana

CS disse...

Querida Joana,
que bom saber que ainda por aqui anda :) e que tudo está bem.
No meu caso nem vale a pena contar o que em 2 anos aconteceu ;)
bjs e tudo de bom!

CS disse...

Ah, e só mais um pormenor: o meu desvio era tal e qual ;) frente e direita :))

Anónimo disse...

Passei pelo mesmo de ambas sendo que p meu desvio era frente e esquerda. Muitos anos de aparelho, cirurgia complicada ( q tal como a Joana disse nao ficou completamente direito) . Também como a Joana suspeita-se q tenha sido uma queda mas nao se põe de parte uma deformação genética. CS, partilhamos o mesmo anjinho da guarda q veste bata branca ;) o meu caso actualmente esta como caso de estudo. Somos valentes e estes desabafos ja quase parecem terapia de grupo eheh beijos C.

CS disse...

Oh C. nós somos realmente muitas :)
Tudo de bom.
bjs
Nada como a partilha de experiências semelhantes.