Pboy

Hoje uma pessoa deveras especial, deveras evil, deveras parte do meu coração, deveras único faz anos.
Hoje uma pessoa que conheci quando tinha 11 anos, que era meu vizinho, que tinha um amor tão grande à banda desenhada como eu, faz 35 anos.
Duas casas lado a lado, com ligação entre quintais. Duas pessoas tão diferentes, sonhos tão parecidos. Crescemos juntos, continuamos a crescer. Ele foi para longe, eu já fui para longe, mas nunca nos separámos.
O outro dia virou-se para mim e disse:
Pboy: "Já somos amigos há mais de 20 anos. Acho que só algo muito grave terminaria com a nossa amizade. O que achas que poderia ser?"
Eu: "Não há nada que terminasse com a nossa amizade. Não consigo imaginar nada que pudesse pôr fim..."
Já passámos por tanto juntos, já brincámos às escondidas, já partilhámos segredos, já ficámos horas ao telemóvel quando ele vivia em Londres, já nos encontrámos na Alemanha, já tivemos centenas de almoços, lanches e jantares, já comemos muito pão com salsicha, pimenta curtida e café com leite, já rimos até nos doer a barriga, já bebemos muitos copos de vinho, já temos um afilhado juntos, já me disse que se um dia casasse eu seria a sua madrinha, já acho que se arrependeu de ter dito pois nunca mais esqueci.
Ele é o meu amigo. É o meu amigo Pboy. Ele é o filho da vizinha, da minha vizinha que era uma segunda mãe. Ele é parte da minha vida desde os meus 11 anos, desde o primeiro momento que trocámos livros de banda desenhada, desde a primeira vez de muitas vezes que foi para minha casa depois da novela Tieta ajudar-me a lavar a loiça do jantar.
Ele é o meu amigo e a minha família.

Parabéns! Gostava que estivesses à distância de um grito mais alto...