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domingo, 31 de janeiro de 2010

Closet

Tenho algo em minha casa que faz as minhas amigas roerem-se de inveja (reparo: uma inveja saudável e sem qualquer tipo de energia negativa) - um closet. Um closet bastante modesto mas com algum espaço. Era uma espécie de despensa que foi modificada pelo meu querido B. para que eu tivesse um espaço onde colocar a minha roupa. No fundo, acho que ele me queria fora do quarto logo de manhã antes que eu tivesse oportunidade de resmugar:"Ai, não sei o que vestir! Ai, não tenho nada de jeito! Ai, tanto que precisava de umas pecinhas novas!" E, assim, pensava no futuro e bem-estar da nossa relação :)

Assim sendo, não existem despensas cá em casa, mas existe um closet onde posso entrar, procurar, até consigo simular uns passos de dança quando me sinto particularmente feliz. Lá se encontra a maior parte da minha roupa (tenho que confessar que ainda ocupo um outro guarda-fato cá em casa, uma cómoda no nosso quarto e umas caixas de plástico debaixo da cama do quarto de hóspedes). Não vou dizer que a visto toda e, regularmente, vou dando roupa. Ainda hoje estive em arrumações e já tenho um saco enorme da Worten (espero receber uns troquitos por esta publicidade gratuita, uma vez que este blog já deve atingir a dezena de milhar de leitores) na bagageira do meu carro para deixar em casa dos meus pais. A minha mãe conhece sempre alguém que fica feliz com a dádiva :) Esta atitude foi-me incutida pela minha mãe, desde muito nova.

Lembro-me de estar na escola primária (hoje 1º ciclo - informação para os menores de 18 anos) e da minha mãe me convencer a dar parte dos meus brinquedos e bonecas. Nunca fui uma criança com muito excesso pois os meus pais nunca tiveram posses para grandes luxos, mas bastava ter 2 bonecas para a minha mãe ensinar-me que o facto de outra criança não ter nenhuma faria que eu lhe desse uma das minhas. Falava comigo de tal forma que os meus poucos brinquedos pareciam ser exageros condenáveis. E dava algumas bonecas, quase com uma lágrima no canto do olho pois eram sempre tão bem estimadas e acarinhadas por mim que achava que outra criança poderia não cuidar tão bem delas.
Descobri da forma mais dura que os meus pressentimentos podiam ser reais. Dias depois ia encontrar uma boneca minha completamente desmembrada no meio do pátio. Ia a correr para casa contar à minha mãe. Ela tinha sempre uma resposta para mim, semelhante às que ainda me dá hoje quando estou descontente com algo ou alguém: "Deixa lá, filha. És uma pessoa de sorte e não tens de ficar triste porque fizeste o que estava correcto" Ainda hoje me consegue enganar com a conversa...

Sinto que fugi por completo ao tema do post. Aqui fica uma fotografia tirada a parte do meu closet.

1 comentário:

PIRII disse...

sempre suspeitei que nunca tinhas saído do closet...