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sábado, 16 de janeiro de 2010

Receio

Isto parecia mais fácil. Pensava que me iam fugir as palavras pelas pontas dos dedos, que as ideias iam ter vida própria e saltar para este blog.
Agora que o tenho, fico parada, pensativa com receio de escrever, de partilhar os meus pensamentos.
Talvez seja o começo que custa, os motores ainda não aqueceram, nem sequer rodei a chave na ignição, acho...
Talvez o receio se prenda com outras coisas. Talvez se prenda com o poder da palavra escrita. Quando falamos, podemos sempre dizer:"Não, eu não disse isso!". Quando escrevemos deixamos uma marca, mais durável que o som da nossa voz, mais permanente... Com isto não quero dizer que seja alguém que negue afirmações feitas, que use a mentira como defesa. Mas sou alguém que fala muito, talvez pensando que metade das palavras se colam nas paredes, voam no ar ou caiem no chão, em vez de se agarrarem em quem as ouve. E assim digo mais do que devia, deixo as palavras se ligarem umas às outras e sairem numa corrente longa.
A escrita, já é um problema. É algo de fascinante e poderoso. Algo que eu gostava que fosse minha irmã de sangue. Mas não... eu não detenho esse poder. Eu não sou como o P. e a M. que colam sentimentos ao papel e nos fazem sentir o quão mortais e imperfeitos somos.
Mas a escrita é também disciplina, esforço, dedicação. Fica a promessa que vou dar mais de mim. Vou ler e escrever mais e, quem sabe, falar menos. (Aos que partilham do meu dia e poderão estar a ler este post, neste momento, por favor, não pulem tanto e contenham esse sorriso de orelha a orelha. Eu posso entrar na sala ou lugar onde estão e perguntar o porquê de tanta alegria. Como iriam explicar que se prendiam com o facto de ter escrito "falar menos".)
Vou também esquecer que posso ser lida, julgada ou incompreendida. Às vezes vou escrever para alguém em particular, outras vezes vou apenas dar voz a algum pensamento e, na maioria das vezes, vou divertir-me, encontrar neste espaço um lugar onde posso beber a minha caneca de chá verde que me faz sempre tão bem à alma.

2 comentários:

E. Raposo disse...

Receio que na maior parte das vezes tu vais ser tu mesma e ... aquilo que todos nós sabemos :P

PIRII disse...

Pssst... Não te apoquentes. Escrever não é nada mais que pensar com os dedos. Deixa que te corram as palavras pelo corpo até que saltem, como que num mergulho, da ponta dos dedos até quem te diriges.

Irei passando por cá, para tomar um cházinho contigo e fumar um cigarrinho enquanto partilhamos ideias ;-)