Sair do blog

Lemos os blogs de quem escreve e, na primeira linha, já imaginamos na nossa mente o aspecto físico e o perfil psicológico. Geralmente se mantivermos uma leitura assídua desses blogs é porque nos agrada, porque a pessoa que imaginamos por detrás de cada post é alguém por quem sentimos empatia. E vamos alimentando essa imagem, a cada palavra escrita e lida, construindo uma pessoa cada vez mais real e interessante.
Podemos ficar uma vida inteira atrás de um blog, revelando apenas uma faceta nossa, revelando todas ou não revelando nenhuma e apenas retratos daquilo que sonhávamos para nós.
O que revelo não é tudo aquilo que sou, mas é uma grande parte do que sou, como sou na minha relação comigo e com os outros. No entanto, quem me lê pode construir uma imagem muito diferente de mim, pode engrandecer-me na sua mente, encontrar em mim qualidades que não possuo. Por estas razões e outras, é muito difícil sair do blog. É muito difícil saber que me vão confrontar com a imagem feita.
Ontem aconteceu isso. Alguém que já me lê diariamente, alguém que tinha amigos chegados em comum comigo, mas que por circunstâncias alheias ainda não nos tínhamos cruzado. Alguém que construiu uma imagem de mim, da minha forma de ser e de estar e que teve a oportunidade de colocar um rosto, o meu rosto real a uma imagem construída.
Não sei se fui de encontro ao esperado ou não. Em todo o caso, para ela, estes posts agora são mais reais e talvez menos mágicos...

Bem real foi a mesa que me aguardava...