Ao dirigir-me para o carro apareceu um cãozinho branco (mas com o pêlo todo sujo e enrriçado) que me olhou fazendo o olhar do "gato das botas". Não sei como o conseguiu mas fiquei comovida e pensei: "Tadinho! Parece ter tanta fome..." Ele voltou a olhar para mim e acho que consegui ler-lhe o pensamento: "Eu sei que tens o teu almoço nessa mala grande! Eu sei que até é frango do churrasco porque sinto-lhe o cheiro! Vais ter coragem de me virar as coisas e deixar-me cheio de fome o dia todo! Não achas que o caldo verde que levas é mais que suficiente, afinal o verão está quase aí e não me parece que estejas no teu melhor!" Pensei: "Que raios! Logo de manhã este jogo psicológico!"
Abri a marmita, retirei de lá um pedaço de carne e dei ao cãozinho. Fiz a ginástica necessária, meti-me no carro e vim trabalhar mais leve tanto de espírito como de almoço...
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