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quinta-feira, 10 de junho de 2010

A minha "mana" de pais diferentes

Eu não tenho irmãs, pelo menos que tenham sido geradas pelo meu pai e mãe juntos mas tenho duas irmãs de pais diferentes. Uma delas nasceu 2 anos depois de mim e lembro-me que as minhas roupas passavam para ela quando já não me serviam. Lembro-me de uma vez lhe ter dado um vestido às flores que eu adorava e que ela adorou também, adorou tanto que mal o vestiu não o quis despir mais. Chorou e chorou porque queria dormir com ele vestido.
Crescemos juntas, lado a lado, como duas irmãs. Dormíamos na casa uma da outra. Brincávamos horas a fio, enrolando as cortinas da mãe dela em nós, fingindo serem vestidos de alta costura e imaginando passarelle de 10 metros no corredor dela.
Fomos ficando adultas, moldando nossas personalidades, partilhando os nossos segredos, preocupações e alegrias.
Somos diferentes, tão diferentes, muitas vezes opostos, lados diferentes de uma mesma moeda. Outras vezes somos iguais, tão iguais como uma mesma música que nos encanta da mesma forma.
Eu gosto de conversar com ela, faz-me bem, acalma-me e alegra-me. Ela diz tanta tolice por aquela boca fora mas há momentos, há momentos (ainda que raros) em que da mesma boca sons transformados em frases fariam inveja a qualquer Dalai Lama, pudendo mesmo ser transformados em máximas famosas se mais tarde nos lembrássemos de todos os sons e palavras.
Gosto tanto dela e há muito que pensava em fazer um post sobre esta pessoa que é parte de mim, que é uma irmã de pais que não são os meus, que é uma amiga desde que me lembro de mim, que me estragava os brinquedos porque é uma desastrada, que assaltava o frigorífico da minha casa e mal lhe abria a porta da rua já exclamava: "Estou cheia de fome!"´
Ela parece ser dura, às vezes agressiva, (corre à boca miúda que partiu um braço a um homem a fazer braço de ferro) mas é mais sensível do que se possa imaginar, tem lágrima fácil e nunca vira as costas a uma amiga. Por medo que ela me parta um braço também e por ela ter nascido no meu coração para nunca mais de lá sair, a minha "irmã" (prima Mari) torna a minha vida muito mais feliz e fácil.

3 comentários:

ana disse...

este tocou-me mesmo...

CS disse...

;) obrigada a.

Ela disse...

obrigada eu...
está tão lindo!
já vi que continuo igual: a lágrima fácil (como agora...) e o "estou cheia de fome!".
és um espectáculo, mana!